Os teus olhos são tão doces,
de uma doçura tão espessa
que, dir-se-ia, se os abres,
some-se a luz das estrelas.
O teu olhar, tão profundo,
tão suave e violento,
atravessa-se, rotundo,
capaz de mudar o mundo
pelo meu ser hediondo...
E quando dos teus olhos fartos
os rios se deíficam,
eu, mortal e ingrato,
pasmo boquiaberto
tentando olhar a visão.
E os teus olhos, já cerrados,
do cansaço e da dor
entreabem-se um segundo
e, iluminando o mundo...
não m' afastam o terror.
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