Habituada a flores visitei a cidade das almas.
Eram muitas e coloridas, contrariamente ao que nos querem fazer crer.
Vaporosas e com formas belas.
Vivi aí algum tempo.
No mundo em que se paira.
Os pés, não assentes no chão, porque não o há, não se mexem.
Caminhar é uma espécie de voo em que o leme é a vontade.
A luz transmite-se num nevoeiro de raras gotas.
Translúcidas.
Os sorrisos bailavam naquilo que pareciam rostos ao sentirem a minha presença.
Talvez fosse do cheiro.
Humedecida exalava os pólenes, que teimaram em seguir-me entranhados em mim.
(Das flores…)
Na minha pele.
Uma joaninha acompanhou-me escondida nos meus cabelos.
Senti cócegas.
Voltei a cabeça e vi donde vinha a luz.
Havia um Sol amarelo.
O Sol dos meus sonhos.
E acordei com o sorriso que conheci nesses breves instantes em que dormi.
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