Não interessa aos libertários saber quantos são, pois nas suas hostes não se recrutam agentes do poder e muito menos se atribuem números aos militantes. (carlos fonseca)

"Sou um bug ou dois na minha vida". (lena berardo)

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009


Cada noite que passa torna mais difícil o acordar.
Levanto-me porque tem que ser.
Porquê? Não sei. Porque sim.
Os dias passam mais depressa e já nem anseio pelo fim do dia de trabalho.
Mal posso vou para casa.
Por ir...
Porque também não tenho vontade de ir a mais algum lado.
Porque está frio e procuro um lugar aconchegante.
Sim, é isso.
Procuro o aconchego que não tenho. Usufruo o meu... Só meu.
Tenho a solidão que me permite rir ou chorar com o que está à minha volta, sem ter que explicar nada a ninguém.
Sou livre fechada em casa.
Quando ando na rua faltam-me dois membros e toda a gente me pergunta o que se passa.
Mesmo sem falarem. Olham para mim com pontos de interrogação nos olhos.
Onde estão? Que aconteceu?
Estão bem?
Estão bem? Estão bem... Estão bem... Estão bem.....
As palavras invadem-me e ecoam e fabricam imagens.
Apetece-me gritar e dizer: NÃO!
Mas... dói mais ainda...
Então finjo.
E eu não gosto nada de mentir.

Por vezes julgo que a loucura vai chegar, se é que se pode considerar esta vontade de solidão normal.
Agarro-me a mim.
Às vezes deixo-me ir um bocadinho. Outra vezes lá me encontro.

E quando o corpo já não supera mais a fadiga, a mente rende-se e vou dormir.
Para me levantar no dia seguinte.
Porquê?
Não sei. Porque sim.

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