(Não sei quando escrevi isto, nem para quem escrevi. Ficou guardado como rascunho, talvez com receio de ao publicar, ferir susceptibilidades. Nunca tenho essa intenção. Gosto apenas de ver o mundo.)
Este é um email que enviei hoje:
Este é um email que enviei hoje:
"Estive a ver agora, na rua, o cortejo da queima das fitas do politécnico aqui ao lado. Fenomenal: 3 carros. Um cheiro a álcool no ar perfumava o ambiente.
Pensei nos pais e parentes do estudantes que passavam por mim, enquanto eu estava sentada num muro a comer bolachas Oreo, a sentirem-se extremamente orgulhosos do estado degradante dos seus queridos filhos que vão ser doutores e não consegui vê-los a não ser povo. Povo do campo. Mulheres rosadas de grandes peitos e rabos e homens de boina e boné. Não trouxeram as enxadas.
Cheguei ao meu lugarzinho e da sala do lado vêm gritos de uma professora e de uma dúzia de alunos. Deduzo que fazem um concurso para ver quem grita mais.
Quando passei estavam todos sentados com uma folha de teste à frente. Devem ser modernices que não havia no tempo em que eu dava aulas…
Queres maior absurdo que a realidade que me rodeia?
Um dia destes sou eu que ando de enxada porque vou ter que plantar uns “mimos” para não passar fome.
E olha que eu até como pouco…"
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