Conheci a minha vizinha, do prédio ao lado, do 3º direito

Há muito tempo que não me apareciam cobras à frente.
Hoje ao chegar a casa depois do almoço, saio do carro, que estacionei mesmo em frente da porta do prédio, fecho a porta, tranco-o e olho para a frente. Uma cobra de mais de 1,20m ondulava em cima do passeio à minha frente, à distância de um passo. Dou dois passos para trás. O meu coração mirrou completamente. A cobra continuou a deslizar para debaixo do carro e eu subo o passeio para ver para onde ia ela. Só a imaginava a ir para o motor do carro ou a enrolar-se nas rodas.
Estava em pânico. E estou ainda.
Nada de cobra. Aparece uma vizinha do prédio do lado e lá andámos as duas a ver se a encontravamos, mas nada...
Durante alguns anos vivi com cobras. Cheguei a sair de casa com a Inês ao colo e ao mesmo tempo entrava uma cobra. Havia imensas e muito grandes e grossas.Às que matei, atropelando-as com o carro, perdi a conta.
Tive pesadelos com cobras desde criança. Pesadelos que ainda hoje não consigo explicar. Cobras gigantes com mais de 10 metros, parádas e estendidas lado a lado. Muitas. A paisagem nocturna tinha árvores de que só via ramagens. As árvores não tinham troncos. Eu corria, fugindo delas. Uma fuga estranha já que a fuga era feita na perpendicular. As cobras deitadas paralelamente umas às outras. E eu saltava por cima das cobras sem as pisar. E elas sempre sem se mexerem.
Há muito tempo que não sonho com cobras.
Vamos ver agora.
Não gosto nada de cobras.