Não interessa aos libertários saber quantos são, pois nas suas hostes não se recrutam agentes do poder e muito menos se atribuem números aos militantes. (carlos fonseca)

"Sou um bug ou dois na minha vida". (lena berardo)

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Saber ler não é saber pensar


Eu não voto. Votei uma vez para dizer que não concordava com a entrada de Portugal na CEE (ainda na altura) e mais duas vezes. Uma delas porque se não o fizesse não me sentia no dierito de reclamar. E eu tinha que reclamar.
Debato-me sempre com críticas pelo facto de não votar. A democracia dos portugueses não aceita a liberdade de ideiais e de princípios. Se não somos iguais ao comum somos a ave a abater (já agora, saiu uma lei que permite abater 40 merlos/dia/caçador).
Tenho duas pessoas chegadas (politicamente activas e de partidos diferentes) que não entendem o que é a anarquia. Nunca escondi as minhas ideias. Apesar de me conhecerem há mais de 15 anos continuam a dizer-me que eu devia ir votar mesmo que não votasse nos partidos delas.
Não discuto política com nenhuma delas, nem com ninguém. Não vale a pena. A última vez que falei sobre as minhas ideias perguntaram-me se eu sabia quem domina o dinheiro... Não percebi nem quis perceber. Acabei a conversa.
No início dos meus 18 anos pensei que a falta de cultura do povo português era um factor ditatorial dos resultados das eleições em Portugal. Hoje continuo a pensar da mesma forma. Não é por saber juntar as letras que temos um povo que saiba discernir o que quer dizer direitos iguais. Saber ler não é saber pensar.

8 comentários:

Nemo Luso aterrado! disse...

Realmente tens uma costelazita de ET. Afinal quando «aterraste» tu por aqui? Hein?

joaninha versus escaravelho disse...

Quando me ensinaram a pensar. :D

Hugo Nofx disse...

Quer dizer, e eu é que ia para a biblioteca da Voz do Operário, buscar os livros do Bacunine e do Kropotkine e fotocopia-los ilegalmente. E ia para o Centro de Estudos Libertários conversar, aprender e comprar alguns livrinhos que guardo ali carinhosamente.
E ia às peças de teatro encenadas pelo Jorge Silva Melo, por exemplo o Prometeu que roubava o fogo aos Deuses.
Oh miúda, adoro-te.
Um beijo anarquista, pá.

joaninha versus escaravelho disse...

:)
Para se ser anarca tem que se ser puro.
É difícil manter um grau de pureza que o permita. Não sou intransigente nem fanática. Aceito as opiniões dos outros sem ter que mudar as minhas. Sei adaptar-me porque considero que os outros têm tantos direitos como eu e o mundo não tem que mudar a meu bel-prazer, apesar de eu considerer que era o melhor para todos e tudo.
Já votei e ao fazê-lo também não fiquei com um peso na consciência. Foi de consciência porque o meu voto contribuiu para uma situação melhor não só para mim mas para muitos cidadãos.
Mas sou anarca, sem dúvida nenhuma. Já sou anarca antes de saber o que era a anarquia. :)
Beijos grandes para alguém que partilha comigo esta forma de ver o mundo. Somos poucos... :)

Hugo Nofx disse...

Mas eu não sou anarquista, Joaninha. Sou um bocado libertário, mas sou de esquerda e sempre fui. Contudo sempre me fascinou e fascina o anarquismo e toda a sua História, toda a sua gente, todos os seus movimentos, sindicatos, livros...
Nunca me hei-de esquecer, quando entrei pela primeira vez na biblioteca da Voz do Operário, parecia que tinha entrado noutra dimensão.
Em relação à outra resposta que me deste, a altura em que bebi menos foi quando fui viciado em Cinema. E é verdade que nunca devo ter aproveitado tão bem o tempo...

joaninha versus escaravelho disse...

Desculpa o erro. :)
No entanto tens uma percepção do mundo idêntica à minha.
Nunca fui a essa biblioteca mas deixas-me de água na boca. :)
Pensa no que te disse mas não troques de vícios. Elimina-os. Um libertário não se deixa controlar assim... :D
Kisses

Porfirio Silva disse...

Este post merece um livro de resposta.
Vou escrevê-lo.

joaninha versus escaravelho disse...

Vou considerar isto um elogio. :)