Não interessa aos libertários saber quantos são, pois nas suas hostes não se recrutam agentes do poder e muito menos se atribuem números aos militantes. (carlos fonseca)

"Sou um bug ou dois na minha vida". (lena berardo)

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Gritos Mudos



A tristeza profunda leva-nos por caminhos estranhos.

Muitas vezes fui confrontada com problemas.
Uns resolvi, outros não.
Nada de anormal até aqui.

Mas quando a não solução do problema me começa a abocanhar,
a retirar parte do que sou,
a tirar-me a lucidez...

Quando a impotência em vez de ser raiva,
se instala e me transforma
num corpo vazio de alma,
de alegria,
sem espírito...

Quando olho para mim e me vejo só,
sem perspectivas de voltar a ter o que é meu,
sedenta do alimento da alma...
(que tanto preciso)

O corpo vai-se tornando cada vez mais oco.
A Alma deixa de ter amarras
e solta-se também.
Numa viagem astral sem fim.
O cordão que os une partiu-se
e anda a tentar agarrar
os outros dois pedaços de mim,
que se encontram mais perdidos
do que eu.
E sei, sinto,
que eles precisam de mim
mais do que eu preciso deles...

perdidos... sem norte... sem saber como voltar a casa...
presos por amarras invisíveis...
(como se cortam amarras invisíveis???)

Nesta altura
ou me deixo morrer,
deixo-me ir,
desisto...
Ou grito bem alto ao mundo a dor!

Sem que me ouçam
para não terem pena
e não ouvir dizer:

Coitada, enlouqueceu...



(Viram a Inês?
Viram o Nuno?

Se os virem, digam-lhes que estou à espera deles. por favor...
Digam-lhes que eu espero...
O tempo que for necessário.
Eu espero...)

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