Não interessa aos libertários saber quantos são, pois nas suas hostes não se recrutam agentes do poder e muito menos se atribuem números aos militantes. (carlos fonseca)

"Sou um bug ou dois na minha vida". (lena berardo)

sábado, 18 de outubro de 2008

Trago uma coisa comigo


Trago uma coisa comigo.
Não sei bem à quanto.
Algo que de vez em quando se instala e me dá esta nostalgia.
Não deixa a joaninha subir até acima, com a sua alegria e a sua gargalhada e esta, por sua vez, não deixa o escaravelho afundar até ao fundo.
A joaninha balança e o e escaravelho contrabalança. Ela sobe e ele desce. E andam numa dança sem fim que me faz equilibrar. Ou tentar equilibrar.
E enquanto danço com eles, não tenho tempo para pensar muito.
Ora sigo os passos de um ora do outro.
Às vezes toco com os pés no chão. Ui... Dói tanto...
Outras vezes toco as estrelas...

Trago uma coisa comigo que não sei que é.
Já devia ter pensado nisto, mas nunca o fiz.
Algo me diz para não o fazer e sou muito intuitiva.
Por vezes, até demais.
Sofro sempre por antecipação,nestas alturas em que o instinto parece uma campainha na minha cabeça.
É sempre assim. Perante situações de decisão rápida, toca de levezinho, mas há um discernimento imediato de alguma coisa que eu ainda não tinha percebido.
Juro que os meus olhos vêm imagens dentro da minha cabeça.
A maior parte das vezes não é agradável a sensação.
E é quase sempre o instinto de defesa. De sobrevivência das espécies. Muito animal.
Do não deixar morrer. Por dentro... Do não deixar ferir. Mas como já percebi que iria doer, dói na mesma, mesmo que não aconteça nada.

E enquanto sobrevivo por dentro, irradio a força cá para fora.
Deve ser por isso que me dizem que sou como o Vinho do Porto... modéstia à parte.
Não é uma escolha, ser assim.
Penso muitas vezes se não seria melhor ser uma pessoa insensível, e não me envolver tanto sentimentalmente com tudo o que me rodeia ( até com objectos - livros, móveis...)e inculta. A cultura faz-nos pensar.
Talvez por isso agora já não se ensinem os alunos. Passam-se de ano... (E sei do que falo :/ Muito bem, até...)

Trago uma coisa comigo que me faz sofrer e ao mesmo tempo me leva em frente. Obriga-me a não desistir.
Mas nunca penso nisso.
Faço, penso e sou o que sou.
Sempre com um princípio.
A busca do puro!

Se é fácil?
ahahahahahaha

Não podia ter caminho mais difícil...

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